Especialistas apontam soluções para reduzir a fatura da eletricidade na Agricultura
A 14 de junho realizou-se o Seminário “Eletricidade na Agricultura – Como Reduzir a Fatura”, promovido pela FENAREG, ANPROMIS E ANPOC - uma iniciativa integrada no programa de Seminários da Feira Nacional de Agricultura 2017.

Estiveram representados, a nível nacional, 300.000 hectares de regadio - mais de metade da área irrigada em Portugal - gestores de 7.500 hm3 de água distribuídos anualmente, que necessitam de 250 GWh de eletricidade, e mais de uma centena e meia de participantes, contando com as mais altas individualidades da Administração e os atores mais importantes dos sectores hidroagrícola e da energia. Durante este seminário foram exploradas diversas dimensões do binómio Água e Energia, ao nível dos serviços de água para rega, apontando prioridades de atuação, tendências tecnológicas, projetos inovadores, casos de estudo e também novos investimentos e oportunidades.
Entre as várias soluções apresentadas para reduzir a fatura da electricidade, destacamos a abordagem da adaptação do Sistema de Produção Fotovoltaica na atividade agrícola, que apresenta soluções base na resolução e mitigação do custo energético no setor. Alguns pontos chave evidenciados foram:
• Resolver os problemas associados à variabilidade do PV;
• Ajustar a produção PV às necessidades de rega;
• Integrar o sistema PV no sistema de rega existente;
• Assegurar a fiabilidade durante 25 anos.
A integração do sistema de rega fotovoltaica nas explorações tem como desafio reduzir o grau de novidade, permitindo ao agricultor não modificar as suas tarefas, incentivando a eficiência na utilização do recurso água.
A fiabilidade, controlo e qualidade no sistema para 25 anos, é objetivo a assegurar.
Nas explorações agrícolas, a gestão da energia elétrica deve ser feita ao pormenor, para reduzir o peso do custo na conta de cultura.
Entre as medidas a adotar, foram realçadas as seguintes:
• Determinar as necessidades rega
• Gerir os consumos de energia
• Registar aplicações de rega
• Detetar e antecipar avarias
• Despistar consumos e faturações erradas.
Principais conclusões do Seminário:
A energia representa a maior fatia dos custos operacionais com os serviços de águas para rega, por isso, a otimização dos consumos de energia contribui não apenas para a minimização do impacto ambiental, mas igualmente para o equilíbrio económico das entidades gestoras e das explorações agrícolas. Por isso, o tema Água-Energia é prioritário para a sustentabilidade do regadio.
Por isso, é fundamental:
1) Apostar numa politica de investimento no regadio, apoiando diretamente as explorações agrícolas, na reabilitação e modernização dos aproveitamentos hidroagrícolas existentes e na criação de novos regadios, promovendo práticas de gestão eficiente das redes de distribuição de água, combinados sempre com soluções energeticamente eficientes.
Este desafio é ainda maior, no nosso clima mediterrânico, num cenário de alterações climáticas, com o aumento de frequência de fenómenos extremos, como a seca do presente ano.
2) Desagravar custos energéticos no setor e possibilitar condições de igualdade com os outros países da União Europeia, com preços de energia mais competitivos e onde existem medidas para responder à sazonalidade da atividade, como em França e noutros países que também estão a avançar nesse sentido, nomeadamente em Itália e em Espanha.
É necessário implementar um conjunto de medidas, que dependem necessariamente de vontade politica, entre elas a sazonalidade nos contratos de potência de energia para a agricultura, no sentido de o serviço prestado ser ajustado à atividade do regadio.
3) Programa específico de apoio à implementação das energias renováveis no setor agrícola. As soluções de autoconsumo para suprir picos de consumo de energia em horas de ponta, podem ser bastante eficazes.